Aventuras e desventuras de moças em permanente movimento migratório.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Óscares: porque ainda não se falou o suficiente.

Meus caros amigos, vamos lá aqui esclarecer uma coisa: a parte pior de ver a cerimónia dos Oscares em directo é uma pessoa de bem ter de acordar de manhã cedo na segunda-feira seguinte portanto a barracada do envelope que atribuia erradamente o prémio do melhor filme ao La La Land que se ponha no seu devido terceiro lugar. 

Sim, em terceiro, porque em segundo há a camisa do Ryan Gosling!

Tenho para mim que foram os folhos da camisa do Gosling os culpados do mau karma do La La Land. Sejamos francos, aquela camisa bem que mereceu uma chapada ali, à frente daquela gente toda. TAU. Toma lá fresquinho! Agora vamos ter de dar um tempo,  Ryan...a nossa relação platónica sofreu bastante com este teu faux pas.


Ao contrário da maioria das opiniões, eu adorei os trapos desta edição dos Oscares. Porquê? Porque eu sou adepta da criativade e não há nada mais criativo na moda que um desastre no tapete vermelho. 
Assim que vi a Giuliana Racic em modo patinadora artistica russa, com direito a saidas de ar condicionado, levantei as mãos ao alto e pensei "oh pá, isto vai ser tãooooo bom!". Ainda assim, sinto que a Giuliana está à beira da mudança: é azul cueca e deve ter sido sem querer, mas ela acertou no tom de azul que lhe fica bem.


Olhando para trás percebo agora que o desastre "folhos do Gosling" (salvo seja) era uma tragédia grega anunciada. Assim que a Ruth Negga apareceu vestida de Deusa da floresta mas uns 350 pantones ao lado, a desgraça estava mesmo ali a bater à porta. Ainda no outro dia a Ruth sambava na cara das inimigas com um Louis Vuitton dourado que me fez lembrar o Metropolis e que por isso me fez pensar que seria ela o meu exemplo - um bom exemplo - de estilo a partir daquele momento. 
Mas não, meus amigos. Isto é a prova provada que não se pode confiar em ninguém.

       
Pior, a Sacerdotisa da bandolete não estava sozinha. Atrás dela veio todo um batalhão de umas quase 300 noivas (eram mais que às mães) em branco virginal, óbvios cai-cais brancos e saias princesa, porque *F.....* noiva ou quase-noiva ou gaja-que-vai-aos-Oscares-mas-queria-mesmo-era-entrar-na-igreja que se preze casa em cai-cai e saia princesa. 

Pede-se à mui respeitável audiência da próxima edição dos Oscares de não vestirem de branco. JÁ NÃO SE AGUENTA ESSA MERDA, PÁ!



Lá pelo meio, apareceu a Felicity, mas deve ter sido por engano. Eu como sou uma pessoa educada cumprimentei-a. Ela respondeu. Mas não passou disso.


Ainda não decidi se gosto mais da Cynthia Erivo ou da matrioska que quero mandar vir do Ebay. 


E por falar em bonecas: Disney. Eu adoro todo o Universo Disney, mas daí a vestir-me de Elsa ou Branca de Neve para ir ao Carrefour comprar um kilo de feijão e um pacote de guardanapos de cozinha vai todo um mundo de bom senso.
Portanto, eu não consigo perceber muito bem que tipo de detergente de máquina da roupa pessoas como Leslie Mann usam em casa, mas está-lhe a afectar a sanidade mental.




Em defesa da Octavia, uma querida, eu gosto do vestido e acho que lhe fica muito bem, mas eu também sou fã do Sam The Eagle do Muppet Show, portanto se fosse a vocês não me fiava muito no meu juízo em relação a este vestido. 



Eu gostava de ser amiga do Pharrel Williams e da sua cara metade. Gostava de ir lá a casa aos domingos para uns Barbecues, umas sessões de Trivial Pursuit ou apenas para beber umas cervejas sem alcóol - eu acho que eles não bebem...ou pelo menos não deviam. É um casal com uma dedicação admirável ao "zero fucks given" e ainda por cima com a assinatura Chanel. 

Tendo em conta as figuras que os Williams fazem em Chanel é claro que a Meryl Streep resolveu abster-se de vestir o que o Herr Karl lhe tinha preparado. É, no mínimo, justificável. 
São ou não são o casal mais fantástico da cena dos famosos!?! Claro que são. Aliás eu nunca me irei esquecer quando a Helen apareceu numa edição dos Oscares em fato de treino. BOSS DIVA! 
    

A Jessica é outra que amo de paixão. Esta mocinha nunca me falha. Cada tiro cada melro. É vê-la a afundar porta-aviões que nem gente grande. Eu não sei se ela tem um consultor de imagem, mas devia. 


Agora vamos fazer um pequeno interlúdio nesta publicação. 

 Gostaram?
Vamos tentar outra vez, mas desta mais de perto.


Bom. 
Continuando.

A Alicia irritou-me muito. Primeiro porque eu já lhe disse para ter cuidado e não bater com a cabeça na porta do armário da cozinha antes de escolher o vestido para os Oscares. Segundo não se fez acompanhar do Fassbender. Uma gaja que deixa aquele colosso de namorado em casa, veste-se de sevilhana e faz o carrapito que nós, gajas, fazemos antes de entrar no duche para não molhar o cabelo é uma afronta. E não falo mais disto, porque já estou nervosa.

Xispa daqui pa fora!!!


O melhor fica sempre para o fim. E no fim está a Janelle. Nunca pensei que o Elie Saab fosse capaz de tamanha monstruosidade mas a pior parte é nunca me ter ocorrido que houvesse uma pessoa capaz de o vestir. 
Um olhar mais cuidado e efectivamente não falta nada aqui: 
  • transparências CHECK
  • bordados com fartura CHECK
  • perolas, brilhantes enfim pedraria assim no geral CHECK 
  • cinto CHECK
  • cinto a fazer pendant com os remates de veludo CHECK
  • anquinhas à moda antiga (nunca pensei escrever isto) CHECK
  • coroa de louros a la Grega CHECK
  • cenas que me passaram ao lado e ainda bem CHECK 

Enfim, toda ela um desastre nuclear no tapete vermelho. Obviamente que tendo em conta a figura anexa e tudo aquilo que vos foi descrito neste post, a Janelle é a minha preferida. 

RESPECT!

Pr'ó ano há mais. E ainda bem ;)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

#cenas

Não curto o carnaval. Sim. Leram bem. Não gosto do carnaval. Gosto imenso de me mascarar quando me dá na cabeça. Deliro com festas temáticas. Quanto mais bizarras, melhor. Sim, porque os anos 20 também já foram uvas de uma videira que ultrapassou a sobrevida dos mil anos. Mas esta coisa de ver toda a gente descascada, com collants de mousse, a dançar à chuva e ao som do nosso mais tradicional samba, não me grangeia simpatia. 

O mesmo se aplica à passagem de ano. Bem vistas as coisas, do que eu não gosto mesmo é de datas em que temos de fazer aquilo de forma obrigatória. E por aquilo leia-se "bora lá ter o tempo da nossa vida". Não consigo. Não escolheria nunca isto num par ou ímpar. A minha sorte é que, como os meus rebentos já passaram a fase dos desfiles e do prémio da super máscara de Noddy ou princesa, o carnaval consegue ser só três dias em que se desafiam as leis da metereologia. 

Era isto. Dá para ser já quarta feira de cinzas?

 

domingo, 3 de abril de 2016

Estou a sofrer

Na Sexta-feira que passou tive uns dos piores jantares da minha vida. Uma refeição em tudo semelhante ao culminar de um filme de horror – tipo a cena final do Carrie quando no cemitério as mãos saem da tumba para agarrar as pernas da rapariga que deixava flores. 
A pergunta é: e como é que eu cheguei a este climax!? 

Ora então passo a explicar tudinho-inho-inho: 
Era quinta-feira santa, já lá vai mais de uma semana, quando assim sem mais nem quando no meio do meu treino de atletismo digo en passant ao meu treinador: - Esta coisa da velocidade está-me a engrossar as pernas e a fazer-me mais pesada na balança. O Professor responde: - Não. És mesmo tu que andas a engordar desde o Natal. HÃ?!? É o quê?! Eu, o quê!? Importa-se de repetir, mas desta vez com mais jeitinho, se faz favor?!? Estás gorda!, repete o Professor. 
Imaginem uma pedra a cair no charco; e uma espécie de tsunami de emoções, todas elas em muito mau; e uma viagem eterna num buraco negro de uma galáxia distante; e um loop de 24 horas de um remix da música Work da Rihanna; e um walking closet com todas as peças de viscose da Berskha; e, finalmente, a concretização do fim do mundo do livro do Apocalipse. E agora somem tudo isto a um ataque de hiperventilação e TCHARAAAANNNNN – olhem só a Isabel a viver uma cena muuuuuito má! 

Prostrada na minha dor, a Páscoa foi passada a afogar as mágoas nos cinco ovos de chocolate Kinder gigantes que ofereceram à minha filha. Não me critiquem, por favor, eu estava a sofrer. Foi com muito esforço que lá me entreguei ao luto do corpo magro, elegante, esbelto, tonificado e claramente em forma que eu quase cheguei a ter (porque efectivamente ainda havia alguns progressos a fazer) e enfrentei a besta de frente, que é o como quem diz: fui à cozinha fazer uma limpeza à dispensa. As bolachas foram banidas, os chocolates executados e a pasta encarcerada entre os cereais integrais. Uma chacina, meus amigos, uma verdadeira chacina. 

A semana passou-se a litradas de água, sumos detox, sopas sem batata, vegetais grelhados, saladas promissoras e cenas vegetarianas sem interesse rigorosamente nenhum. A princípio o treino intensificou-se o dobro, no segundo dia já parecia ter-se intensificado o sêxtuplo e, ao final de 5 dias tendo em conta as dores na raíz do meu cabelo posso garantir-vos que o treino se intensificou cem vezes mais. Saberá Deus como eu sobrevivi mas nunca me esquecerei da cara do Professor a gozar o prato. Porque a vida, meus amigos, é assim mesmo: a felicidade de uns é a desgraça de outros... 
Pelo caminho, mais por necessidade que solidariedade, juntaram-se duas amigas, compinchas de sofrimento e de jeans tamanho XL da Zara. Porque isto das dietas é sempre mais fácil encarreirar na coisa quando convencemos alguém ao nosso lado que não só precisa de dieta, como precisa bem mais que nós. É uma cena altruísta mas em versão egoísta. 

Sendo os nossos respectivos homens amigos de longa data eis que na sexta-feira fomos as três informadas que, entre eles, tinham combinado ir jantar a um vilarejo de praia simpático nos arredores de Nápoles. Todo o pânico da humanidade em dia de juízo final abateu-se-nos de chapa, de frente, na fronha. TAU. JÁ FOSTE.

O restaurante escolhido faz um peixinho grelhado que é uma delícia, porque faz, mas também faz uns gnocchis à sorrentina e um esparguete com amêijoas de uma pessoa se atirar para o chão a chorar por mais. Já nem falando daqueles rolinhos fritos com algas marinhas salgadinhos para lá de q.b. e daquela montra de doces que parece o Harrod’s na semana do Natal. A nossa dor estilhaçava as entranhas de cada vez que eles comiam mais um pedaço de pão e o empurravam com um gole de cerveja fresquinha. Sacanas. 

O meu prato de peixe grelhado com salada verde estava muito bom, obrigada, mas eu deixei aquele restaurante de coração partido e com mais fome do que aquela com que entrei. Carreguei essa insatisfação até casa onde em desespero de causa mandei-me de cabeça não a uma, nem duas, mas três nozes. Ah! 
As nozes não me encheram o estômago, nem a alma, mas foram o grito do Ipiranga possível dadas as circunstâncias e o tamanho liliputiano dos meus calções de verão onde eu espero entrar nas próximas semanas...ou meses, vá. 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

As jetlaggers respondem

O que não faltam são dúvidas por esse mundo fora. As jetlaggers não têm resposta para tudo, mas damos recado de uns bons 99,9999% das respostas, o que faz de nós mulheres cultas, com experiência e sempre prontas a ajudar o próximo e o próximo e o próximo e por aí adiante.
Esta semana fomos abordadas por uma alminha que nos pediu a opinião sobre carreira profissional. Fica aqui a transcrição da conversa entre alminha em busca de ajuda, Teresa e Isabel.

Alminha em busca de ajuda: Vocês têm mais apreço por um Procurador do Ministério Público ou por um Juíz?

Teresa: Juíz. O martelinho faz toda a diferença. Pr’além de que a carreira se desdobra em talhante com o martelinho a dar nos bifes.

Isabel: Eu acho que as pessoas têm medo dos Procuradores do Ministério Público. O nome não ajuda muito. Talvez arredondando a coisa para “Procurador etc” funcionasse melhor.

Teresa: Um gajo que o que faz é procurar coisas parece ser uma canseira.

Isabel: Zato. É um bocado metediço o Procurador etc.

Teresa: É um metediço Vs metemiço. #sebemmeentendes

Isabel: #zato 

*interlúdio para risinho estupidamente irritante*

Isabel: Dá uma pausa brutal a pessoa chegar a uma vernissage e assim que entra, ouve alguém exclamar “Juíz/Juíza, mas que honra me dá a sua presença na vernissage!!”

Teresa: “Assente-se no sofa, por gentileza!”, “Afinfe-lhe um scone sodona juíza!”, “Abafe-o com um chá de tila!”

Isabel: Ao contrário de “Manel, Francisco apresento-vos o Procurador etc....trabalha em...no....na....procura cenas na Procuradoria etc” e a resposta das pessoas com ar de muito pouco surpreendidas “aaaah que bom...olhe eu tenho um sobrinho que está a estudar para ser Juíz!” e as pessoas exclamam “AAAAHHH! Juíz!? Mas isso é maravilhoso!!!” 
REPARASTE NA DIFERENÇA!?!
Tamos a ajudar?

Teresa: #euachoquesim

Isabel: A função do Procurador etc sofre do mesmo obscurantismo da função de Diácono. É uma #cenaestranha. Para além de que a função de Procurador etc ocupa bué espaço nos cartões de visita. E um cartão de visita maior que o tamanho standard é sempre motivo de escárnio e maldizer. #hatersgonnahate

Teresa: EXHIBIT A: 

Paris: Juíza. Kim: Procurador etc.

Isabel: Como vês estamos sempre à disposição com bons conselhos.

Teresa: #juntos. Tipo Benfas.

Alminha em busca de ajuda: E se eu gostar mais da figura de Procurador do Ministério Público que de Juíz?

Isabel: É raro, mas pode acontecer sim.

Teresa: Se gostas manda Procurador etc nisso! O Juíz é um gajo que tá refastelado no cadeirón enquanto os Procuradores etc procuram cenas e lhas trazem p’a ele ajuizar. Os Procuradores etc são mais sarados.
Agora o que é provável que aconteça é os teus pais não curtirem ter um filho Procurador etc, mas nessa altura diz-lhes que podias ter sido actor porno ou stripper. Vais ver que os teus pais vão logo achar que Procurador etc é bem melhor!

Isabel: zato

Teresa: E deixa c’agente arranja maneira de te ajudar a fazer a cena de ser Procurador etc parecer cool. Criamos todo um branding altamente em cima disso. Etc.

Isabel: Ya. Unicórnios e merdas. Um slogan em voz de fundo: “Você perdeu? Eu procuro. Etc!”, seguido de olhar fixo para a camera.

Teresa:  

ETC!

Alminha em busca de ajuda: Bom, seja como fôr vou ser Magistrada.

Isabel: NOW, THAT’S FREAKING COOL! Magistrado é DO CATANO! Essa cena é tipo free pass plus front row seat na NY Fashion Week. Fuck the vernissage!

Teresa: Yep. É uma cena marada.

Isabel: THE CROWD GOES FUCKING WILD!

Teresa:  Não. Marada, não. Magistrada. Uma cena MAgistRADA! #paupaupau

Isabel: O importante é respeitares a classe a que pertences.

Teresa: Rima com Prada. Magistrada.

Isabel: Não te queremos à chapada com a tua própria classe. Queremos que lutes pela classe. Coco Chanel dixit. Quer dizer, não dixit no termo concreto da coisa mas uma coisa do género de certeza absolutinha que a senhora deve ter dito.

Teresa: e rima com sarada.

Isabel: Se não respeitas os juízes DO NOT BECOME ONE! Classe acima de tudo.

Teresa: e dono da parada. Também rima com Magistrada.

Alminha em busca de ajuda: As pessoas acham que os Procuradores são aqueles que queriam ser juízes mas não conseguiram, não é?

Teresa: Não. As pessoas tem que ir ao dicionário ver o que é um Procurador.

Isabel: etc.

Alminha em busca de ajuda: Resumindo e Concluindo?

Teresa: Juíz é mais mainstream

Isabel: Zato. Ser juíz é Zara. Procurador etc é mais Dries Van Noten.

Teresa:  Ya. Ser Procurador etc é o Cuyana dos Magistrados. #fewerbetterthings

Isabel: Os Procuradores etc não vão à televisão. Mas conhecem sempre os dark spots da cidade e os podres de toda a gente. #toocoolforschool

Teresa: Isto é assim: um Juíz é a H&M desta vida. Mas aqui o objectivo é brilhar pela diferenciação e ser logo uma Uterque à partida. Façomentender?

Isabel:  Zato. Juiz. Fuck the etc.

Teresa: Judges gonna judge you’re gonna rule! Ponto final. All up on that bitch.

Alminha a precisar de ajuda: Obrigada!

Teresa: Aposto que ajudámos imenso

Isabel: #denada


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

FYI

Há tantas coisas que eu vos poderia contar sobre a Austrália. Tanta gente curiosa por saber mais. Perguntam-me como funcionam os vistos, se há ou não trabalho, como são as praias, os preços das coisas, como são os “gatos” e as “gatas” também, como é o surf que por sua vez está intimamente ligado aos gatos e às gatas etc, etc, etc.
Mas há uma coisa que nunca alguém sonhou perguntar e aposto, mas é que aposto mesmo que nunca ninguém vos informou....tchan, tchan, tchan, tchan....A Austrália tem as moscas mais IN-SU-POR-TÁ-VEIS do Mundo! JURO!!!!!
Não se consegue aguentar mesmo. São aos milhares e colam-se a nós e não desgrudam. Ainda por cima elas têm especial atracção pelos nossos olhos ou boca, como se não fosse suficientemente nojento pousarem no nosso braço! Já me aconteceu estar numa praia e ter de me vir embora porque não parava de enxotar moscas, nem por um segundo e até dentro de água. Ir dar uma caminhada e voltar com pelo menos 10 moscas nojentas coladas nas costas. Tentar almoçar numa esplanada e desistir a meio, por já ter moscas a chapinhar na molhanga. Pior, no outro dia acho que, e digo acho porque ainda não fui corajosa o suficiente para assumir esta realidade, engoli uma. Sim leram bem, comi uma mosca involuntariamente! CANOJO, até me dá vontade de vomitar cada vez que me lembro.
Não admira que volta e meia dês de caras com malta, obviamente adaptados ao ambiente local, com uns chapéus muita foleiros com rolhas penduradas ou com rede (eu gosto mais da versão das rolhas). Eles é que a sabem toda, aquela porra afasta pelo menos meio milhão de moscas!!! É só ires a um parque ou a um festival de Verão que vais ver logo montes de gente assim, e não é porque são parolos é porque são espertos! Garanto que percebes a necessidade de usar tais chapéus em menos de 1 minuto! Eu por enquanto, como sou tótó improviso com écharpes, chapéus e óculos de sol e acho qe tenho estilo, mas continuam a chatear-me.
Tenho de ver se vou aos chineses e compro uma raquete, igual às que havia em Timor, e ando por aí às raquetadas a defender-me do ataque destas maganas. Ora bolas, porque é que não pensei nisto antes, tinha vindo tão a propósito para o Australian Open!  

(Pronto não precisam de me cair em cima por estar a sugerir que vou matar uma mosquinha linda e fofinha, estou só a brincar, ok?)

Bom é só mesmo para que saibam, já que esta o lonely planet não vos conta. Quem é amiga, quem é?


PS – Nenhum animal foi maltratado durante a publicação deste texto

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Resoluções. Aah!

Primeira Segunda-feira de Janeiro. Prontos, agora sim é a sério! 
Já saquei da agenda nova que para vossa informação tem o Darth Vader na capa - VAI BUSCAR!! - e já ando de caneta em riste a escrever as minhas resoluções para 2016. Confesso que sempre achei esta coisa de escrever as resoluções um bocado parvo, mas desta vez é diferente. Quer dizer continuo a achar parvo escrever as resoluções para o novo ano, mas a minha agenda nova é a P*** da loucura e eu estava a salivar para escrever nela, portanto os fins justificam os meios. 
Bom, aqui fica a transcrição da minha lista de resoluções para o caso de não terem mais nada para fazer ou ler.  

Resoluções para 20156 

Dezembro acabou e acaba também a alarvice diária. Já chega de andar para aqui a arredondar as arestas. Esta coisa de comer por desporto, acaba hoje para grande tristeza minha.

Escrever mais disparates aqui neste blog. Sabe muito bem ouvir coisas como “parto-me a rir quando leio os vossos textos” ou “é bom LER um blogue como o vosso”, mas sabe ainda melhor mandar bitatites só porque sim.

Ir à Austrália. A Vera merece uma visita lá ao fim do mundo e eu não a quero desapontar. Vou tentar levar as restantes jetlaggers nesta viagem para aquilo virar um fartote, uma debochada daquelas à antiga. Agora, basicamente, é só trabalhar com’ó caraças! 

Ver o episódio VII da Guerra das Estrelas umas vinte vezes. Mínimo. 

Correr os 400 metros num 1 min e 01 segundos porque eu sou uma GANDA menina (com muito orgulho) e não sei se consigo baixar a marca de 1 minuto. Anda pr’aí tudo a correr maratonas como se não houvesse amanhã, pois bem, eu vou com tudo aos 400 e os 800 m. Antevejo desde já momentos de humilhação profunda nas competições de Verão, mas pelo menos a minha filha vai gritar por mim nas bancadas...E isso é buédaaaa fixe! 

Resolver radicalmente a minha tendência para gripes e alergias mudando-me para um país tropical. Eh pá, não vejo outra solução. 

Fazer como a Pépa e ter como objectivo comprar uma “mala Chanel”. Facto é que havendo pilim para a mala Chanel é porque há para tudo o resto que é necessário e acessório. Comprar uma mala Chanel significa ter dinheiro para a pagar, o que por sua vez quer dizer que se está a ganhar bem. Ora isto numa visão macroeconómica significa que a Economia Italiana está de boa saúde e que por sua vez a Economia Europeia saíu do buraco por arrasto das boas novas económicas Mundiais. Ou seja, eu querer uma mala da Chanel é basicamente como a Miss Mundo querer a paz no mundo: ficamos todos a ganhar com esta merda! 

Gastar o meu tempo toooooodinho-inho-inho-inho-inhooooo com a família e os amigos, sem qualquer tipo de reservas nem pudores. O resto que saaa…lixe ;) 

Assim de repente para 2016 é isto. Agora tenho de ir escrever a lista da merceeria na agenda nova com o Darth Vader na capa. TAU. Mordam-se!
Beijinhos, abracinhos e bom ano, de mim para tim! 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal

Aquela sensação de que é Natal começa com o frio a instalar-se, os dias a ficarem cada vez mais pequenos, os anúncios na televisão e as luzes... Oh, as luzes da Natal, nada melhor para nos incutir de espirito natalicio. Ok, as decorações de Natal são regra geral prematuras e acompanhadas por estridente música de Natal. Mas enfim tudo isso nos lembra que é Natal e quem passa esta época longe de casa não só se lembra como até sente falta de todos estes pequenos nadas.

Vou passar o meu segundo Natal na Austrália, honestamente custa-me bastante passar o Natal fora de casa, mas a parte boa é que aqui não me lembro que é Natal até para aí umas 24 horas antes. Aqui o Natal é sinónimo de férias de Verão, de praia, de BBQ e para quase toda a gente é o inicio de umas férias que duram até meados de Janeiro. Desde quando é que cabe na cabeça de alguém um Natal assim, passado na praia?? Ainda bem!! Já que é para estar longe de casa ao menos que o faça a curtir o Verão!

Bom, são 17:00 e estão 36ºC vou só dar mais um megulhinho antes da “Ceia” de Natal que vai ser muito bem passada com os meus amigos e vai haver bacalhau e tudo, os que não são Portugueses que nem se atrevam a reclamar! Temos pena.

Feliz Natal para todos e um GRANDA 2016!!!!!
Vai correr tudo beeemmm ;)



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Dezembro, esse mês maravilha.

Bem, é Dezembro em todo o lado. Em Melbourne, em Wiesbaden, em Nápoles, em Macau e em Évora.
Odeio o mês de Dezembro. Odeio. A sério. Apesar de adorar tudo quanto significa bem como tudo o que se celebra. 
A cena é que se celebra tanta coisa que eu dou por mim em stress constante sem saber para onde me voltar. Adorava viver esta época de uma forma cândida e serena, absorvendo a paz que é suposto inundar-nos. O Menino nasceu. Verdade. E o meu filho também. E vai ser o baptizado do meu sobrinho. E os anos do meu amigo/irmão César. E as festas da Salvada. E o Natal em Beja e o Natal em Évora. E, no meio disto tudo, a preparação da passagem de ano. Que a pessoa tende pensar nisso.
Claro que nos entretantos, há as festas de Natal do colégio. E a respectiva montagem associada. E os testes de final de período. E a compra das 92737382020 prendas que jurei que não comprava este ano mas que, afinal, não compro para o ano.
De repente, tento enfiar umas roupas encarnadas e percebo que ainda não emagreci desde o Natal passado. E que estou lixada. O que me vale é que vai dar "O Sozinho em Casa" números 1,2,3,4,5,6,7 And so on e eu vou gritar de desespero e aí perco 3 calorias.
Ahhhhh, mas há laços de mel da minha madrinha e pêras bebedas da minha mãe e tarte de amêndoa receita da avó Cristina. Isso salva tudo.
Tudo menos a minha conta bancária que, entretanto, flipou e foi com os meus cartões de multibanco com o pai natal no comboio ao circo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Chegou Dezembro

Prontos. Ainda ontem estávamos em Agosto de papo para o ar a apanhar um escaldão e agora eis que já é Dezembro. E nós vamos ter de falar sobre isto, dê lá por onde der, porque é Natal e em Dezembro é apenas do Natal que se fala.
Que o Natal se desvirtuou, passando de uma celebração religiosa a um período de ferocidade consumista, já todos sabemos. Se, porventura, embarcamos no teatro, isso já é um problema pessoal e instransmíssivel. Eu fiz a minha escolha. Nos dias que correm o meu Natal resume-se muito simplesmente a uma coisa e uma coisa apenas: comer! Tudo o resto são "fait divers".
Comecemos então pel'Àrvore de Natal, esse símbolo incontornável do espírito natalício. Só de pensar que tenho de fazer a Àrvore de Natal stressam-me os caracóis do cabelo. Fico doente das ideias só de me ver no meio daquela confusão de bolas, estrelinhas, fitinhas e merdinhas que à força terão de se unir com um senso criativo para o qual eu já não tenho a mínima das inspirações desde 1997. 
Por falar em decorações, falemos das luzinhas que todos os anos compro nos chineses, porque habitualmente (e vai-se lá saber porquê) se fundem, mesmo quando devidamente acondicionadas e fechadas durante 11 meses numa caixa na arrecadação. Vai-se lá perceber.
Ainda na minha curta e hedionda lista de cenas a fazer em Dezembro lugar de destaque para os presentes de Natal. É sem qualquer pudor que afirmo e sublinho mesmo antes de afirmar: ODEIO ESSA MERDA DOS PRESENTES DE NATAL! Puxar pela cabeça sobre o que oferecer a fulano e a sicrano enquanto se tenta sobreviver numa tempestade de gente nas ruas ou (pior) nos centros comerciais enquanto a Mariah Carey guincha o "All I want for X'mas is YOOOOOUUUUYYYYOOOOUUUUUUYYYYOOOOUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU" nos alto-falantes é uma tarefa hercúlea. A coisa até podia amenizar quando fosse hora de abrir os presentes que recebo, mas convenhamos, a minha existência continuaria a ser estupenda mesmo sem aquele par de chinelos em tecido polar, ou sem aquele gel de banho com pedaços de azeitonas dos himalaias ou até sem aquela toalha de mãos com o pai natal bordado. É pena, mas dou sempre por mim a pensar no desperdício de papel de embrulho. 
"Ah e tal, mas agora és mãe e com as crianças o natal é bem melhor" dizem-me. Pois tábem, abelha!
Não me lixem. Eu dispensava toda esta palhaçada, reduzia o Natal à mesa do dia 25 e a todas as várias mesas que lhe antecedem, porque em Dezembro o que interessa mesmo é estar sentado à mesa a comer e a beber com os amigos e com a família. 
Quando se é emigrante o cenário "mesa de Natal" assume nova e maior importância porque é habitualmente sinónimo de regresso a casa ou de ficar em casa longe da nossa "casa" ou até um "porra, que são tantas as saudades de casa". Em casa ou longe dela, sejam emigrantes ou não, desejo do fundo do coração que se empanturrem não apenas na quadra natalícia, mas em todo o mês de Dezembro. Desejo-vos mesas a abarrotar de azevias, fatias douradas e bolo-rei, bacalhau com todos ou só com natas e 31 perús recheados, um por cada noite de Dezembro. Pois se é para ser um período consumista, então que se consuma à grande toda e cada garrafinha de vinho até à última gota!

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Fonix, renascer das cinzas

Levamos chapadas da vida a toda a hora, ms há alturas que são tão fortes que nos abalam o sistema nervoso e provocam um tsunami tão devastador que nos faz fazer um reset à vida.
Nos meus 33 anos, a vida já me ensinou que tenho de alterar padrões para poder seguir em frente e romper com hábitos inconscientes e podres, mas insisto em levar as chapadas. Parece que sou teimosa. O último tsunami está a dar-me pano para mangas, lose the game its always a shit, mas quero ter a certeza que me fará crescer, evoluir e não voltar a cair na mesma esparrela, consciente sempre que tudo tem uma causa e um efeito. E "fuck" menos o próximo é um lema de vida!
Aprendi com a emigrantice a deixar os bens materiais não tomarem conta de mim, deixei casa, carro, família e amigos por algo que anteriormente tinha a certeza que iria funcionar, hoje tenho a certeza que poderia ter funcionado melhor caso eu, tivesse mais atenta aos sinais negativos. O fuck da questão é sempre esse: os sinais.
Por agora, aqui na emigrólandia consegui nova vida, novo trabalho, nova casa, novos amigos e nova cidade. Renasci e sinto que tenho em mim toda a força necessária para continuar, só preciso de mais uma coisa: tempo.
É fácil estar sozinha aqui? Sim é, basta concentrares-te nos teus objectivos e elevares a racionalidade ao ponto extremo mais alto do vulcão. A força que há em nós e a corrente que nos liga às pessoas é muito mais forte que uma desilusão ou perda. Agora tenho a certeza que gosto disto!
Aprendo todos os dias, que afinal não sou assim tão hiperactiva, só preciso de fechar os olhos e ver a calma escondida em mim. Que posso viver sem comer carne e que o chocolate afinal não me faz borbulhas. Voltar a sorrir depois de chorar, voltar a comer depois do jejum, são tudo fases e deveremos ter sempre consciência que o nosso corpo reflecte a nossa alma, se não cuidarmos dele quem cuidará? Já dizia a grossa do leite Matinal.
33. Capicua, sempre quis dizer alguma coisa, ano de mudanca, ano que renasci.
Estou feliz, mas há uma coisa que nunca muda, a minha Mãe continua a ter poder sobre mim...!